Aprendam, amados, que qualquer conteúdo que veem em seus dias, é uma energia moldada pelos seus julgamentos, por aquilo que observam imediatamente à sua frente. Esse olhar, cheio de conteúdo e valores, diz muito pouco sobre a real situação do que observam.
Aprenderam que há um modo de se vestir, de se comportar, e de estar com as pessoas. E cada conjunto desses conteúdos, forma um valor em sua personalidade humana, que possuem um papel profissional, outro familiar, outro de amigo. E todos eles, cada qual à sua maneira, acrescenta à sua personalidade humana certas formas de comportamento, de ver algo como certo, bom, ou como aquilo que não deve ser feito daquela maneira, que deveria ser realizado de outra forma. São valores, amados, que vocês incorporam em seus dias, e impedem o livre fluir das energias.
Mas qual seria a verdade, filhos? Um fato é bom? Ruim? Certo ou errado? O que ele causa em vocês? O que aquilo que veem ainda causa em vocês? Qual o valor que atribuem a esse fato? Como os ensinaram a se comportar diante disso que te causam medo, raiva, incerteza ou insegurança?
Saibam, filhos, que esses valores só existem a partir da personalidade humana. Pois a verdade é vazia de conteúdo, de lógica, de explicação. Ela simplesmente é.
Ao contrário do que digo, vocês aprenderam a valorar, a acrescentar conteúdo àquilo que passa diante dos seus olhos. Vocês olham, e imediatamente atribuem um conteúdo àquele fato. Vocês dizem ser bom, ruim, certo, errado, justo ou injusto. Então, a todo fato há um valor, porque valorar é humano. Atribuir valor às experiências é estar humano. Estar humano é dizer: “isso está de acordo, mas aquilo não. ”
Mas se soubessem quão pequena é essa visão, pois a verdadeira visão se transforma junto ao mundo. Ela não é estática, assim como os valores mudam de tempos e tempos, e aquilo que era errado já não causa espanto. Ou o que era certo, o que era de costume, passa a não ser mais aceitável. Os valores mudam, mas os fatos estão ali, diante dos seus olhos. Eles não têm conteúdo, nem valores, simplesmente ocorrem.
Os conteúdos são simplesmente os valores que incorporaram ao seu ser, através da sua personalidade humana. Se compreendessem isso, veriam que nada tem valor ou conteúdo fora da mente e do julgamento. Vocês, nesse estado, seriam capazes de observar, mas já não avaliariam como certo ou errado.
E esse olhar vazio, não permitiria que os fatos fossem capazes de gerar reações como ódio, raiva, inveja, medo. Os fatos passariam, e então vocês os observariam. Eles já não causariam reação em vocês. Seriam acompanhados de indiferença, seriam simples de compreender, porque estariam vazios. Não demandariam muita discussão, avaliações, análises, eles simplesmente seriam o que veem.
Talvez essa seja a beleza do que é simples. E talvez o mais belo e complexo seja o simples. Porque o simples não tem valor, ele é liso, verdadeiro, transparente, suave. Ao contrário do requintado, que deve ser bom segundo os valores, cheio de conteúdo.
Mas tomo a liberdade de fazer essa breve introdução, para que possam compreender a vida a partir dessa simplicidade. E digo isso, filhos, porque aqueles que se descolam da matéria, que já não estão apegados à realidade material, passam cada vez menos a ver significado nas experiências. São aqueles que aprenderam a aceitá-las e a compreender que assim é a vida, e que a cada um resta viver, observando sem julgamento, sem que os fatos lhes causem estranheza, dúvida, medo e incertezas. Tornaram-se sábios diante do seu próprio silêncio interior, e observam a vida sem valorar, e com aceitação.
Para que possam avaliar, filhos, o quanto ainda se prendem à matéria, e à vida na fisicalidade, há um excelente indicador: Olhem para o quanto ainda se identificam com valores, com julgamentos, regras e conteúdo que vem de fora para dentro. Ou o quanto atribuem valores àquilo que está externo como algo errado, que não é bom, que simplesmente não deveria existir. Eis um indicador do quanto estão mentalmente presos à realidade planetária.
Ao observarem os fatos da vida, vejam o quanto eles os causam medo, repulsa, e o quanto ainda julgam tudo que observam, como certo e errado, bom ou ruim. E vejam, de outra forma, aquilo que já é o indiferente diante da vida, que passa por vocês com confiança, com liberdade, deixando fluir naturalmente.
Vejam, filhos, vocês possuem tudo que necessitam para serem os próprios condutores de sua evolução. Pois aquilo que não causa sentimentos inferiores, que não gera emoções de aprisionamento, é justamente o ponto que foram capazes de transcender. Aqueles fatos sociais que passam diante de vocês, que observam, e que diante deles já são capazes de permanecer vazios, em paz, irradiando o seu amor, são justamente os pontos que já transcenderam, dos quais se liberaram, que não os prendem mais, e onde se mostram livres.
Por outro lado, aquilo que veem, mas que lhes subtraem a paz, onde não são capazes de manter o silêncio interior porque atribuem conteúdo, consideram como sendo injusto, não certo, eis, filhos, os pontos que ainda os prendem à ilusão planetária, justamente onde não são capazes de manter o amor incondicional, de ser o mestre que observa em silêncio e confia.
Esse é um bom medidor! Quantos são os fatos que simplesmente observam e ainda não são capazes de simplesmente manter sua paz, seu amor? Quanto mais saírem desse estado, filhos, mais estarão ainda presos à ilusão da matéria.
Pois a vida física nesse planeta é justamente o trajeto de abandono da personalidade, de abandono dos valores, dos conteúdos. É estar livre, sabendo que os valores se modificam, transformam-se e se diluem no tempo. Nada é estável e tudo está em movimento. Esse olhar permite que vejam a tudo com esse vazio, esse silêncio, onde a indiferença toma conta de quase todas as suas experiências.
Esse é um estado de aceitação, de observação, onde o aprendizado é extraído, a experiência é vivida, mas a paz e o amor permanecem, pois, esses são os sentimentos dos sábios, daqueles que transcenderam, e que já não aceitam aquilo que os inúmeros personagens da vida os impõe. Eles estão em paz, e se mostram soltos, livres a sair ao encontro de Deus, sem apego à personalidade humana.
Sou Serapis Bey, e os amo profundamente, meus irmãos, sempre, independentemente do julgamento que sustentem sobre os seus próprios atos. Eu sempre continuarei a os amar.
Canal: Thiago Strapasson – 07 de junho de 2017.
Fonte: www.pazetransformacao.com.br
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