Qual a importância da compreensão do fenômeno mediúnico?
Aquele que se abre a se comunicar entre dimensões, deve
compreender o plano em que se insere. Deve compreender que há em seu plano os
espíritos que se encontram vinculados à matriz planetária, e as consciências
que estão a serviço, ou seja, que prestam auxílio ao planeta, mas sem estarem
inseridos nesse meio.
Há que se compreender a hierarquia espiritual. Por isso o
estudo é parte do aprendizado. O estudo faz parte da evolução do médium.
A partir de dado momento, as informações chegarão por si só,
mas antes há que se ter a compreensão do cosmo, daquilo que fará contato. É um
processo que facilita a compreensão e o trabalho da equipe espiritual.
A compreensão de como ocorre o fenômeno mediúnico, é o ponto
de partida para entender as sensações que virá a experimentar, o mundo que irá
se abrir ao médium. Ele experimentará algo que não é conhecido como material, e
aprenderá a diferenciar o que é a sensação gerada por algo decorrente da sua
faculdade mediúnica, ou quando é gerado de algo de dentro de si mesmo.
Enquanto o médium aprende a identificar as sensações, também
é alguém que está em seu próprio processo de cura, e, por isso, para que se
compreenda o fenômeno mediúnico, é necessário a compreensão de si mesmo, a
descoberta, gradativa, mas cada vez mais intensa, da sua própria verdade.
Gradativamente a verdade sobre si mesmo é revelada, através do trabalho
mediúnico que se expande.
Qual as recomendações àqueles que se abrem ao fenômeno
mediúnico?
As manifestações mediúnicas são surpreendentes. É um
processo maravilhoso e abençoado e, a cada dia, o médium se torna capaz de
receber novas surpresas e estímulos a continuar auxiliando e se doando.
Mas é necessário primeiramente que o médium encontre o
equilíbrio, a paz interior, e que, acima de tudo, se ancore no propósito de
doação.
A humildade, eis a pedra fundamental do médium. A soberba
espiritual, eis o ponto de queda moral.
Doar o seu campo energético para uma comunicação é algo
muito sério. O médium precisa entender que esse fenômeno gera consequências em
sua vida, em seu corpo, casa, família, tudo.
Por isso, antes da mediunidade, faz-se necessário encontrar
o próprio equilíbrio. Faz-se necessário iniciar a busca interior, o silêncio
interior, e a compreensão de que cada ser está inserido em sua própria
experiência, e que, um só médium não é capaz de resolver o problema de todos os
necessitados. Pensar assim é egoísmo e falta de caridade consigo mesmo.
Alguns médiuns doam-se incessantemente, sem estabelecerem
limites para que trabalhem o seu próprio aprimoramento e equilíbrio, para assim
oferecer uma energia mais pura e leve a serviço da caridade. O trabalho
incessante e árduo, sem limites, é a atuação da mente egóica, que se identifica
e afirma uma nova personalidade, do grande médium que é capaz de ajudar ao
próximo, mas muitas vezes não é capaz de ajudar a si mesmo.
Aquele que se doa à comunicação extradimensional, deve se
ver como um mero instrumento do divino e de trabalho dos guias espirituais, e
por isso deve-se respeitar os limites do trabalho, e se ver apenas como uma das
partes que completa o trabalho de uma equipe, apenas um braço a atuar em
caridade, mas que necessita do direcionamento dos seus guias, a fim de
mostrá-lo o que de fato deve ser trabalhado respeitando o livre arbítrio
daquele que necessita de auxílio, respeitando a história de aprendizado do
outro e atuando apenas no que for permitido por Deus.
Quando percebe a presença de um espírito, e permite que a
sua energia o afete, deixa-se de respeitar a equipe espiritual, que dirá se é
ou não permitido atuar em atendimento ou estabelecer alguma comunicação.
Por isso, é necessário, em primeiro lugar, estabelecer uma
conexão firme e confiante com os seus guias espirituais, para que eles direcionem
o trabalho à apenas aquilo que é permitido por Deus, e que estiver na medida da
sua capacidade mediúnica, respeitando o seu corpo, a sua saúde e a sua vida, em
primeiro lugar.
O médium tem a responsabilidade de buscar momentos de
silenciar a mente, de estabelecer conexão com os seus mentores, e se entregar
para que os seus guias e a sua equipe o guiem, que direcione os seus caminhos, respeitando
os seus próprios limites.
Dentro de seu próprio equilíbrio, consciente de suas
faculdades mediúnicas, a equipe espiritual poderá direcionar os trabalhos.
Portanto, o primeiro trabalho não é para com aquele que
necessita de auxílio, e sim da sua própria busca interior, diariamente e a cada
minuto. É um trabalho de grande responsabilidade a partir do momento em que
conecta a sua energia com a de outra pessoa, mesmo que com a intenção de
oferecer auxilio de forma amorosa, mas quando a sua própria energia não está em
equilíbrio para oferecer algo que de fato auxilie aquele irmão. Muitas vezes
médiuns em desequilíbrio contribuem por desequilibrar a energia do irmão que é
atendido, quando não trabalha o próprio equilíbrio e paz interior.
O médium que não desenvolve a mediunidade em si mesmo, antes
de oferecer auxilio, acaba por identificar-se com as energias de sofrimento
daqueles que irá atender, e permitir o acoplamento em seu próprio campo áurico
de energias que deveriam ser purificadas, mas acaba por estabelecer uma
simbiose com o atendido, criando uma mutua troca de energia gêmea, que se
conecta uma a outra por similaridade, e acaba por intensificar o quadro de dor
e sofrimento do assistido e do próprio médium.
O médium que não trabalha as suas próprias restrições e
coloca-se em posição de humildade como um mero aprendiz em tratamento, alimenta
a soberba espiritual que o coloca em verdadeiras situações de complicação
cármica, onde, além de interferir em sua própria saúde, acaba por acentuar o
estado de doença e necessidade de auxílio do irmão que é atendido.
O que dizemos aqui não é que o médium deve deixar de atender
os necessitados quando tem as suas próprias restrições a trabalhar, mas sim que
deve buscar descobrir a sua própria verdade interior, e identificar os seus
próprios limites de atuação. Não pensem que os seus guias espirituais estarão a
todo o tempo a mostrar que devem ou não seguir por dado caminho. Eles os
colocam sim em situações de enfrentamento da própria soberba, a afirmar o
estado de humildade, a fim de contribuir com o seu próprio amadurecimento
espiritual. Cabe ao médium aprender a sentir as próprias emoções, revelar a si
mesmo as limitações e recuar quando sentir que não é capaz de auxiliar para a
melhora do assistido, intensificando o seu estado de sofrimento ao seu contato,
por simbiose.
Portanto, quando estamos envolvidos em nossa própria
descoberta interior, quando estamos trabalhando em nossa própria cura, a
responsabilidade é apenas com nós mesmos. Mas a partir do momento em que
estabelecemos alguma conexão com outro ser, sendo encarnado ou não, estamos
interferindo em sua própria história de aprendizado, e nesse ponto, quem
direciona as nossas ações é a nossa equipe de guias espirituais, que apenas
serão ouvidos por aquele coração desprovido de orgulho e vaidade espiritual. Há
que se ter humildade e amor no coração, o verdadeiro sentimento de doação, para
conectar-se com os seus guias, pois eles falam através do coração e não da
mente.
Por isso, o trabalho deve ser feito sempre com autorização,
sempre respeitando o aprendizado de cada ser, e jamais indo além do permitido,
e acima de tudo reconhecendo a divindade em cada fonte de consciência, sem
julgamento. Pois assim não se contraria a vontade e o tempo divino para o
aprendizado de cada ser, preservando a si mesmo, e permitindo que o seu
aprendizado também ocorra respeitando o seu tempo e a sua saúde.
Quando dizem hierarquia, a que se referem?
Dizemos sobre a unidade. A separação é uma forma humana de
ver o mundo espiritual, mas só há a unidade. E essa unidade, é fundamento
daquele que se abre à perspectiva espiritual da vida.
Quando dizemos hierarquia, estamos a nos referir às diversas
formas que a unidade se manifesta, nas mais diversas dimensões, povos e
culturas.
Ao médium, portanto, não cabe segregar. Ele se coloca a serviço,
recebendo toda a hierarquia que for permitida pela sua equipe espiritual, e que
as suas faculdades mediúnicas permitirem.
Trazendo em palavras mais simples de serem compreendidas, a
hierarquia é composta de todos os seres que são sim a unidade, mas que foram
separados em vertentes religiosas diversas. Vocês podem receber o auxílio de um
mestre Hindu, ou mesmo de um monge Budista, ou também de uma entidade que
trabalha nas linhas de Exu, Mestres Ascensos de diversas religiões, santos, arcanjos.
Todas as linhas espirituais se completam e são a unidade. Os nomes que foram
escolhidos para que sejam segregadas em linhas e religiões, foram criados pelos
homens, mas todos são a unidade e como unidade compõe a hierarquia espiritual
que trabalha com todos os médiuns, sem exceção, se apresentando pelos nomes que
sejam de mais fácil compreensão por cada médium, e que tragam as informações
necessárias para o trabalho especifico que será realizado.
Assim vocês entendem os doutores como pretos velhos. Os
anjos como exus, e são diversas as formas de apresentação de todas as entidades
que compõe a unidade, e que trabalham em prol do auxílio à humanidade.
Porque existe diferença entre os seres?
Deus, em sua plenitude criou muitas formas de manifestação
da consciência. A Hierarquia se manifesta em diferentes propósitos, diferentes
dimensões, diferentes aparências. Mas tudo isso representa a unidade.
As diferentes dimensões onde atuam todos os seres da criação,
representam apenas o legado que cada um traz à criação. Não existe mais alto ou
mais elevado. Existe apenas a unidade. Um só elemento não é completo no
trabalho que realiza, quando desconectado da unidade. Por isso, há a união, e
toda a hierarquia é um só em Deus, estendendo os seus braços em diferentes
formas de atuação, para atender aos desígnios da unidade que é Deus.
Vocês não são inferiores porque estão se utilizando
provisoriamente de um corpo denso. Vocês são parte da criação, e exercem um
propósito específico na evolução e expansão do todo. Cada ser, encarnado ou
desencarnado, desempenha um papel na criação, segue um propósito e integra toda
criação.
Dizemos aqui não apenas daqueles seres que são vistos como
entidades de auxilio espiritual ou também pelos médiuns ou praticantes de
caridade. Mas dizemos de todos os seres, sem exceção, da dona de casa ao grande
executivo. Do assassino ao padre. Do santo ao criminoso. Todos são um e formam
a unidade, todos são seres unos da criação, e todos contribuem em sua parcela
para que ocorram os aprendizados e as transformações.
Como dizemos, na hierarquia espiritual não há separação, a
hierarquia é a unidade, e há a consciência e a compreensão de ser a unidade. A
diferença que ocorre entre os seres que não compõe a chamada hierarquia, é que
eles ainda não têm a compreensão de que são unidade, estão em processo de
aprendizado para então se unirem ao todo.
Nesse sentido, qual a diferença entre mediunidade e
canalização?
Dentro da unidade não há diferença alguma. Todas são consciências
a se comunicar, e isso basta.
Mas sob a perspectiva do plano em que vivem, há uma
diferença dimensional.
Podemos dizer que mediunidade se trata da comunicação entre
consciências, que de alguma forma estão vinculadas à grade energética
planetária. Essa comunicação ocorre por:
Psicofonia: Quando os seres se conectam e o espirito
desencarnado ou entidade, se utilizam do órgão laríngeo para proferir palavras.
Psicografia: Quando o espírito desencarnado ou entidade se
utiliza da influência a nível mental, e não de consciência, do médium para lhe
trazer ideias que são escritas, e isso se trata da psicografia não mecânica, ou
consciente.
Incorporação: Quando o espírito entra no campo áurico do
médium e se conecta com os seus pontos energéticos, a trabalhar com eles para
direcionar o corpo em movimentos, palavras, gestos, que são condizentes com a
vontade do espírito ou entidade, lembrando que essa aproximação ocorre SEMPRE
com a permissão dos guias espirituais do médium, mesmo em caráter de
aprendizado, repetindo erros, mas que contribuirão para a maturidade do médium.
Simbiose: Muitas vezes os processos de comunicação são
confundidos ou misturados, e há também a simbiose, que nunca foi explorada como
um evento mediúnico ou uma faculdade do médium. Mas que é recorrente em todos
os médiuns que estão a trabalhar as suas restrições.
Ocorre de médiuns se identificarem com aspectos das
entidades e espíritos desencarnados, e entrarem em estado de simbiose
(identificação) com tais características, o que faz com que ocorra uma espécie
de acoplamento. Isso muitas vezes é confundido com obsessões espirituais ou incorporações.
Mas o fato é que os sentimentos mais profundos do médium, que por muitas vezes
não são por ele explorados, tratados ou identificados, ressoam em seu campo
áurico a uma certa frequência vibracional, e faz com que permita o acoplamento
por similaridade vibracional, de outros seres que possuem as mesmas restrições
emocionais. Por isso ocorrem certas “incorporações” de médiuns de alguns
espíritos “sofredores”, mas de forma involuntária. O médium se identifica, a
nível de programação mental, com o espirito, que começa a comunicar-se através
do médium, trazendo através de palavras, choro, grito, ou todas as formas de
expressão, o sentimento do espirito, mas que também é do médium, que ressoou
com essa energia. No estado de simbiose, é possível ocorrer os fenômenos de
incorporação, psicofonia ou psicografia. E é muito comum em médiuns que estão
em desenvolvimento ou que não trabalham a meditação e aproximação com os seus
guias espirituais.
Todos os processos podem ser conscientes ou inconscientes,
dependendo do nível de equilíbrio do médium.
A canalização, é a permissão para que a comunicação se dê
entre dimensões, ou seja, entre seres que estão atrelados à consciência
planetária, com aqueles que se libertaram ou jamais estiveram nessa
experiência.
Na canalização, há uma alteração energética do meio
utilizado, não se trata de mera comunicação. Mas a assinatura da comunicação se
altera e é quando energias de outros níveis dimensionais são ancoradas no plano
terrestre. O que dizemos em assinatura, é o estado vibracional da mensagem
trazida, a energia é trazida pura e límpida como da entidade ou ser que
transmitiu a mensagem, e a energia pode ser sentida por aqueles que irão tomar
contato ao receber essa mensagem. O Ser que transmite a mensagem, coloca a sua
assinatura energética no conteúdo trazido, e naquele conteúdo há uma espécie de
programação, uma codificação, que fará com que todos os que lerem ou ouvirem a
mensagem comunicada, sejam irradiados na energia do ser que a transmitiu.
O Canal é um comunicador energético entre dimensões e seres
que não se encontram dentro da grade planetária. Já a mediunidade é uma
comunicação entre seres desencarnados e encarnados, porém presentes dentro da
grade planetária.
Mas é importante que tenham em mente que a canalização não
se dá apensa por meio de palavras, mas se dá sempre que uma consciência
encarnada (um canal), se transforma em um meio para o ancoramento da energia
mais sutil no ambiente planetário.
O canal estabelece o contato com o ser que está a transmitir
a canalização, não somente através do recebimento de palavras de escrita ou
falada, mas sim através da abertura energética para receber tal energia. E a
transmissão se dará através de um olhar, através do pensamento, e pode ser
irradiada de diversas formas.
A maior parte das terapias de cura utilizadas por canais são
feitos dessa maneira. Permite que as energias de outras esferas dimensionais se
fundam ao plano terreno, trazendo a cura àqueles que estão preparados a recebê-la.
Mas também pode se dar por meio de palavras, e é quando essas energias serão
utilizadas para despertar aqueles, que ainda não se abriram à verdade
espiritual e cósmica que são e sempre foram. É uma forma de superar e
transcender a matriz de sofrimento, um pequeno contato com energias que estão
do lado de fora da matriz planetária.
Por isso, o contato com tais energias canalizadas, é
transformadora, e para toar contato com essas energias, é necessário estar
ancorado no aqui e agora. Pois são energias tão leves e desprovidas de
realidade material, que se torna de difícil compreensão e aplicação quando se
olha para a realidade dentro da matriz planetária. Há um fio tênue que une o
canal ao planeta, e esse fio deve ser mantido, para que a energia seja
ancorada, e o canalizador não entre em desequilíbrio, buscando desesperadamente
se desconectar da realidade da matéria.
O contato com energias desprovidas de realidade material,
pode trazer o desequilíbrio, e por isso há a necessidade de períodos regulares
de meditação, encontro consigo mesmo e aterramento, para que continue a ser um
canal a transmitir tais energias.
Cabe ao transmissor compreender essa realidade. Pois as
mensagens que chegam através de seres que se vinculam à grade e estão dentro da
ilusão planetária, possuem propósitos distintos daquelas energias externas que
são ancoradas.
Cabe ao médium a conexão com sua equipe de apoio e a
abertura para que, consciente de suas faculdades, saiba distinguir os
propósitos e, assim, não vir a se prejudicar nos trabalhos de comunicação.
E o que são dimensões? O que significa quando ouvimos dizer a
respeito de terceira, quinta, sétima dimensão?
Dimensões são formas pelas quais a consciência de Deus se
manifesta. A consciência se manifesta em inúmeras dimensões da criação. O que
significa que cada dimensão é apenas uma forma de manifestação da consciência.
Não significa que uma seja mais elevada, que esteja a ser castigada, que seja
menos merecedora. É apenas manifestação da consciência. Assim, desde as
dimensões mais sutis e expandidas, até as mais restritas, a consciência de Deus
está a experimentar a criação. E o todo faz a perfeição de Deus.
As dimensões significam apenas o nível de expansão da
consciência em todos os aspectos. Mas a restrição não significa menos, mas sim
uma forma de experimentação. Quando dizemos terceira dimensão não estamos
dizemos um nível inferior, mas uma forma da consciência de Deus experimentar o
todo.
Podemos compreender as dimensões como braços da mesma
consciência. Ao mesmo tempo que você, como Eu Consciente, está aqui encarnado
no planeta em 3D, você também habita todas e absolutamente todas as dimensões
da existência, e até aquelas que você nesse nível mental de 3D não é capaz de
conceber. Mas o fato é que o seu corpo físico material da 3D, é apenas o
veículo utilizado para que seja possível viver tal experiência e trazer esse
conhecimento, aprendizado, sabedoria a você enquanto consciência.
O importante é lembrar que você não é o que vê através do
espelho. O que vê ali é apenas o corpo físico, utilizado para que o real você
se manifeste nessa dimensão. Mas é necessário compreender que você é
consciência, e não o corpo manifestado em 3D. Você se manifesta simultaneamente
em todas as dimensões. Por isso os dizemos que são seres multidimensionais.
Aqui, na Terra, o seu corpo físico o restringe de
compreender e visualizar todas as manifestações de sua consciência em todas as
dimensões. Mas essa restrição está apenas no corpo físico, no cérebro, na
mente. E por isso, quando se conecta ao seu Eu consciência, ao Eu Sou, você é
capaz de sentir, vivenciar, as experiências em múltiplas dimensões. Pois para a
consciência, não há limites dimensionais, a consciência é multidimensional. E a
consciência é o real você.
Deus, em sua perfeição, criou seres distintos entre si?
Dizemos que possuem diferentes propósitos, diferentes formas
de experimentar e se manifestar na criação. Não existe a forma certa ou a errada,
mas existe a manifestação da consciência. A Forma como a consciência se faz.
O que se dá é que, parte dessa consciência única, cria a
experiência, a outra projeta, a outra experimenta a experiência, a outra ajuda
aqueles que experimentam. E assim a consciência faz a unidade, pois enquanto uma
parte cria, a outra vive a criação, enquanto uma parte projeta, a outra é
projetada. E o todo é tudo que se manifesta em perfeição no encontro de
consciências.
Então, esses seres não são distintos entre si. Eles apenas
se manifestam em distinção de propósitos, a formar o todo que é perfeito. O que
importa é que cada ser experimente e agregue ao todo.
Ao canal de comunicação, cabe reconhecer essa realidade para
que a comunicação ocorra com facilidade entre os planos, para que a compreensão
seja aberta e sem distinção, apenas permitindo que se dê naturalmente.
A distinção não existe, pois quando conectados à unidade,
somos todos iguais. Ocorre que agregamos certos padrões, pensamentos e
personalidades que, mesmo que vistos como imperfeitos e como restrições a serem
iluminadas e superadas, são perfeitos em sua imperfeição, pois permitem a
manifestação da diversidade, da distinção, que é necessária para que o
aprendizado ocorra, para que seja disseminado através da identificação com
alguns padrões.
É necessário que os médiuns sejam imperfeitos, e tenham lá
as suas restrições, para que se identifiquem com mensagens e aprendizados em
especifico, a trazer sabedoria a si mesmos, enquanto consciência a aglutinar em
seu Eu Sou, e também a trazer esse aprendizado compartilhado de sua própria experiência.
A diversidade e a imperfeição é necessária para que se tenha o estado de
perfeição obtido apenas da união desse todo.
Porque dizemos sobre Arcanjos, Elohins, Mestres, seres
desencarnados, entre outros? Porque essa divisão se só existe a unidade?
Como dissemos, o todo se faz das partes. Mas não existe
partes. É como um relógio, você pode até dizer de suas peças, mas ao final o
que há é um propósito que é contar o tempo. O relógio se faz de suas partes,
mas cada uma delas contribui para que o propósito se faça, e forme o todo, que
é o relógio. Assim é a criação, cada peça forma a criação em suas diferentes
formas de manifestação, cujo único propósito de tudo é o amor, não existe
outro. Ele é o propósito maior e o todo só se movimento através e pelo amor de
Deus.
Ocorre que, da unidade é que se constrói a oportunidade de
elevação, de sabedoria, de aprendizado. Enquanto seres desprovidos do amor, não
haverá a possibilidade de integração em uma só energia. E é a partir do momento
que ocorre a união em uma energia, que o todo se dá, que o médium se eleva, que
se aprimora, através da troca de experiências.
O que existe são cargos espirituais. E o importante é saber
que todos estão unidos em um proposito que é trazer a unidade a toda a
humanidade. Há os nomes, e as funções. Todas se complementam e somam para que
ocorra o aprendizado, e a elevação.
Todos os cargos espirituais, cargos, funções, nomes, existem
apenas para que se possa atuar em cada necessidade em especifico, para cada
nível de compreensão e oportunidade de trabalho, para que ocorra a união em
perfeição para o proposito que se necessita.
Quando se referem à Deus a que estão a se referir?
A consciência suprema que é tudo que existe. A fonte de
nascimento e criação, a própria experiência, tudo. Deus é uma consciência una.
Não existe Deus lá e cá. Deus é tudo.
Tudo existe em torno dessa consciência. Vejam que o tempo, o
espaço, tudo é a manifestação da consciência em energia. Isso é Deus, a fonte,
a consciência modelando a energia.
Por isso dizemos que Deus está em nós, que nós somos Deus,
que temos o divino em nós. Pois desde a mais ínfima partícula de vida, é uma
representação de Deus.
O que nos separa dessa compreensão e identificação com o
divino em nós, é a ilusão criada por nós mesmos de que somos personalidades. A
personalidade e a identificação com tal personalidade, nos separa e distancia
da unidade em Deus.
Pode um mestre se manifestar por meio de uma personalidade?
Os seres de luz possuem diferentes dimensões pelas quais
atuam.
Os arcanjos, por exemplo, são capazes não apenas de se
manifestar, mas inclusive de se materializar em todas as dimensões, porque assim
é de sua natureza.
Mas um ser pode se utilizar de uma roupagem específica para
se aproximar do médium, que o médium mais se afine, e que atinja o resultado
desejado no despertar da percepção do médium, na emoção e acesso à informação
em sua biblioteca akhashica que o fará receber tal imagem e automaticamente
criar uma percepção relacionada com suas experiências anteriores.
Isso se dá por dois motivos principais: Primeiro porque, nem
sempre o médium está preparado a lidar com todos os tipos de energias, e então essa
roupagem ou personalidade, atua como um filtro a prepará-lo. Por exemplo, se um
médium se afina com a energia de um anjo, não poderá aparecer a ele uma outra
imagem materializada de guardião protetor, como um Exu, mas que representa a
mesma energia na necessidade do momento.
Segundo, porque que muitas vezes a diferença dimensional
dificulta a comunicação e compreensão. A roupagem é apenas uma forma de
aproximação da realidade humana.
Sabe-se que os mestres são personalidades aglutinadas de
todas as suas existências, diluídas à energia Eu Sou. Porém, muitas vezes,
manifestam-se em forma de personalidades que sustentaram durante uma de suas
vidas. Assim, por exemplo, Mestre Hilarion pode se manifestar como Paulo de
Tarso ou Saul, ou Kuthumi pode se manifestar na personalidade de São Francisco
de Assis, ou Mestra Lis pode se apresentar na personalidade de Isis, a Deusa do
Egito. Ou então, podem simplesmente se utilizar de uma roupagem presente no akashico
de sua energia Eu Sou, pois dentro da energia Eu Sou de um mestre Ascenso,
estão as múltiplas personalidades que um dia foram entendidas como fractais,
mas que agora estão unificados em uma só energia, como por exemplo Mestra Pórtia
se manifesta como Pai José de Aruanda, e assim por diante.
Assim também, alguns seres de dimensões muito sutis, podem
se manifestar por meio de figuras como Ganesha, Krishna, pelos Mestres Taoistas,
e assim por diante.
O que o médium necessita nesse trabalho, é dar tempo para
que, a partir do aprimoramento de seu canal, saiba reconhecer as assinaturas
nas suas mais diversas manifestações, e estar pronto a ser o elo do ocidente ao
oriente, de estar aberto a unificar culturas, transcendendo padrões e dogmas
religiosos, bem como todas as formas de preconceito.
Isso significa que o médium não pode receber um recado de um
ser desencarnado?
Isso pode ocorrer dentro da realidade planetária. Ou seja,
algumas consciências, ou a maioria das que se encontram no plano terreno,
vinculam-se tão fortemente à própria personalidade humana, que se utilizam de
um ser encarnado para manifestação no plano físico. Cabe ao médium desenvolver
sua sensibilidade a ponto de distinguir as diferentes energias que entra em
contato, em seus diferentes níveis de dimensões.
Há que se ter maturidade para compreender o objetivo real de
tal comunicação, se é para alimentar o ego espiritual do médium, ou atender a
pedido de algum familiar do espirito desencarnado, ou mesmo para trazer
mensagens de sabedoria e paz que contribuirão para a elevação e sabedoria de
todos.
Há aqueles que se utilizam de médiuns e de espíritos para
atender a seus caprichos ou mesmo as suas dores da alma. Mas isso é um
verdadeiro desrespeito ao livre arbítrio de tal ser, que muitas vezes é
intensamente atormentado em seu processo de desencarne por aqueles que
permaneceram no plano terreno.
Lembre-se que um ser desencarnado permanece vivo e existindo
no cosmo. E como você se sentiria se houvesse alguém batendo na sua porta a
todo tempo, ou telefonando para você sem cessar? Há que se ter respeito pelos
que desencarnaram, e permitirem que as comunicações se deem por livre arbítrio
quando e se estiverem preparados e dispostos a trazer-nos comunicações.
Há necessidade de um grande trabalho de compreensão de como
de fato é composta a nossa existência, para que então todos tenham total
capacidade de trabalhar dentro de si mesmos os processos de desligamento da
matéria. Trabalhar a aceitação e a paz interior, para que não venhamos a
prejudicar aqueles que estão vivendo a sua própria história de aprendizado já
desprovidos do corpo físico.
Lembre-se que, o ego espiritual, faz com que muitas vezes
nos coloquemos na posição de salvadores da humanidade, que sejamos provocados
por nossas restrições mais inferiores, para que de fato possamos trabalha-las e
curá-las, pois, estamos em tratamento. E que esse ego pode nos colocar em
situações de comunicação com espíritos que são conhecidos como “zombeteiros”,
que estão a nos testar todo o tempo em nosso equilíbrio e vaidade espiritual.
Qual o papel do médium?
Trazer a cura, primeiro para si próprio, reconhecendo que,
assim como todos, se encontra em seu próprio processo de cura e desprendimento.
Depois ajudar na expansão e na evolução daqueles que começam a se abrir. Antes
de tudo é um trabalho de doação.
Se faz importante que, na abertura mediúnica, primeiro o
médium a utilize para seu próprio aprimoramento, sem exposição. A exposição
leva a entrar em contato com energias que exigem equilíbrio e sabedoria.
O primeiro passo é utilizar essa forma de manifestação para
si próprio. E, na medida que os laços com sua equipe espiritual se estreitarem,
eles abrirão o ponto para que se dê a comunicação, e que possa haver a
divulgação das mensagens ou do trabalho, para que possa ser levado a público o
trabalho realizado.
De todas as quedas do discípulo, a maior e mais comum é a
soberba espiritual. Eis o grande desafio do médium, construir-se solidamente na
própria desconstrução de sua personalidade e na humildade.
Sempre que houver dúvida, eis a oração para todos aqueles
que se colocam a serviço através da mediunidade:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
- São Francisco de Assis
Material do site: www.coracaoavatar.com.br
* Respeite os direitos autorais
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